segunda-feira, 30 de novembro de 2009

INÍCIO DO SEMINÁRIO- SÍNDROME DE DOWN

MENSAGEM DE PROVOCAÇÃO- Postada no fórum

Mariana é uma garota com Síndrome de Down. Ela tem uma família que luta por ela, professores que acreditam nela e o sistema a reconheceu como cidadã. Hoje, aos 22 anos está cursando a Educação Básica. Ela vai ingressar a 1ª série do Ensino Médio.
Mesmo depois de tantos anos e depois de muitas conquistas, a vida da Mariana não é assim tão fácil. Mas, ela não desiste.
Atualmente ela trabalha num restaurante. Vamos conhecer o dia da Mariana

O DIA DA MARIANA

Hoje, a Mariana acordou cedo e foi para a escola. Lá ela recebeu a atenção de alguns colegas e da sua professora. Sentiu-se cansada, mas mesmo assim ao chegar em casa, almoçou e fez questão de ir trabalhar. Ela trabalha como garçonete, num restaurante localizado no bairro, com garotas e garotos da sua idade.
Depois de um certo tempo trabalhando, atendendo os clientes, Mariana pensou em descansar mas, quando um cliente fez um pedido, não hesitou. Pegou a bandeja e foi levar o lanche para o cliente. Após alguns passos, aconteceu!
O barulho foi horrível e todos olharam para ela. Mariana sentiu o seu rosto pegar fogo. Sentiu novamente uma enorme vontade de correr e se esconder. Olhou para o lado e não hesitou, partiu em passos largos.

O que você diria ou faria para ajudar a Mariana?
Responda primeiro esta pergunta antes de continuar.

CONHEÇA A MARIANA




MENSAGEM PARA OS CURSISTAS
 

Você também acabou de cometer um erro.
Eles podem muito mais do que você imagina. 
Nunca substime um Síndrome de Down!

PRIMEIRO MOMENTO

A CHEGADA DA MARIANA NA ESCOLA PLURAL






A presença de Mariana, uma aluna de 7 anos, com Síndrome de Down, desestabilizou o coletivo da escola. A aluna fora matriculada por iniciativa dos pais, que estavam insatisfeitos com a passagem da filha por duas escolas especiais. Por isso, mostravam-se apreensivos e atentos, receando atitudes e indícios de discriminação. Questionavam procedimentos, contestando qualquer possibilidade de tratamento diferenciado em relação à filha.
Mariana era agitada, não parava na sala de aula, corria pela escola, atirava objetos pela janela, comia papel e cola, não tinha noção de perigo. A primeira iniciativa da escola foi a redução provisória do horário, dispensando a aluna após o recreio, com a intenção de tentar incluí-la progressivamente. Contudo, os pais não aceitaram, por entender que se tratava de medida discriminatória e lesiva do direito à escolarização no horário previsto para todas as crianças. As professoras não se julgavam preparadas para lidar com uma criança com Síndrome de Down. Não sabiam o que fazer e como deviam fazer. Por isso, decidiram recorrer ao Centro de Aperfeiçoamento de Profissionais de Educação-CAPE, que entrou em cena durante as reuniões pedagógicas, nas quais se construíram algumas estratégias de inclusão. O CAPE ampliou as discussões, a partir da problematização dos aspectos observados, elucidação de conceitos, preconceitos, estereótipos e representações do senso comum acerca da Síndrome de Down, contribuindo com subsídios teóricos e práticos, tendo em vista a formação de competência para lidar com Mariana.
Foram realizados encontros, reunindo os pais da aluna, representantes da equipe pedagógica da Regional de referência da escola, representantes da Família Down e do Conselho Tutelar. A escola conseguiu superar as dificuldades iniciais, recorrendo ao CAPE e à Coordenação de Política Pedagógica-CPP, quando surgiam novos conflitos e impasses. Aos poucos, a professora sentiu-se à vontade, criando situações de aprendizagem no sentido de trabalhar as dificuldades de Mariana com os colegas da turma. O coletivo da escola estabeleceu alguns acordos, a fim de fazê-la compreender a rotina da escola, assimilando regras, limites e outros combinados. Desta forma, cada vez que a aluna saía da sala de aula ou cometia algum deslize, o adulto ou criança mais próxima se encarregava de reconduzi-la à sala de aula. Assim, Mariana conseguiu compreender algumas noções elementares, apresentando modificações significativas no comportamento, nas atitudes e na sociabilidade.
Vários fatores favoreceram a inclusão escolar de Mariana:
·        .A concepção da Escola Plural na prática;
·        O projeto pedagógico da escola construído coletivamente;
·        .O espírito de cooperação e interação grupal;
·        .Ambiente escolar estimulante;
·        .Organização flexível do trabalho pedagógico;
·        .Interação com as outras crianças;
·        .Relação da escola com as famílias;
·        .Disponibilidade de uma estagiária para apoiar a turma;
·        .Acompanhamento da CPP, CAPE e Regional;
·        .A possibilidade de formação em serviço;
·        .Diálogo e interlocução com segmentos envolvidos;
·        .Problematização, registro e avaliação contínuos;
·        .Abertura da escola para aprender e assumir desafios.
O sucesso desta experiência, tão sumariamente descrita, traduz-se nos resultados alcançados: desenvolvimento da linguagem, formação de hábitos, assimilação de limites, interatividade, identificação de letras e palavras, manifestação de interesses e habilidades, exercício da curiosidade, entre outros.

Referência Bibliográfica:

Adaptação do texto Necessidades educacionais especiais na escola plural por Elizabet Dias de Sá, Disponível em http://www.lerparaver.com/node/154 , Submetido em Domingo, 25/12/2005 - 10:45 por Lerparaver

SEGUNDO MOMENTO

A PROFESSORA DA MARIANA





Iniciar um ano letivo traz sempre uma ampla gama de sentimentos. Famílias vêm com suas expectativas e valores. Crianças curiosas, inseguras, desafiadoras chegam com seus lápis e cadernos reluzentes.
A professora da Mariana entra na sala cheia de idéias e energia, ávida em conhecer seus novos alunos, estabelecer os primeiros contatos: que bom seria se todos fossem obedientes e interessados. Ela pensa: Que bom seria se todos chegassem no horário, se todos se comportassem bem, se quisessem ir ao banheiro ao mesmo tempo. Que maravilha seria se todos ouvissem igual, entendessem igual, interpretassem igual, aprendessem igual. Se todos aprendessem a ler e escrever no mês de Maio. Que maravilha seria... Mas, como ela era uma professora dinâmica, por alguns momentos pensou: Será que seria mesmo? Seria mesmo tão bom ter diante de si 20 ou 30 seres humanos iguais, que aprendessem do mesmo jeito e ao mesmo tempo? Concluiu consigo mesma sorrindo para os seus alunos: Mais do que improvável, seria chato!
É na diversidade que se aprende, do inesperado é que nascem as idéias, do desequilíbrio é que se faz a transformação. A sala de aula é o local onde se encontram diferentes crianças, vindas de diferentes famílias, cada uma com sua história e seus valores. Querer fazer desse universo uma massa homogênea seria um grande desperdício: quantos pequenos mundos estarão orbitando naquele espaço, construindo e ampliando suas trajetórias reciprocamente nesta convivência? E o que dizer então do professor que, conhecendo seu pequeno e novo universo, seus alunos do ano letivo que se inicia, vê que entre eles há uma criança com Síndrome de Down? Receio? Ansiedade? Tranqüilidade? Indiferença? Desafio? Vamos conhecer o que se passou com a professora da Mariana.

A professora da Mariana passou olhou seus alunos e de repente o seu olhar parou sobre uma menininha diferente, bem mais diferente do que os outros alunos. Ela percebeu que havia naquela sala uma menina especial. Nos dias que seguiram a professora experimentou uma variedade de sentimentos. Ela sentiu receio, ansiedade, insegurança, se sentiu desafiada. Buscou ajuda, mudou hábitos e atitudes: promoveu ações.

Vamos analisar um pouco esses sentimentos e as ações desta professora.
A professora da Mariana ficou receosa diante daquela aluna tão diferente (será mesmo?) dos colegas. No início ela ainda não tinha percebido que todas as crianças são diferentes umas das outras, e que cada aluno merece um ensino personalizado. Por algum tempo ela pensava que inclusão seria receber um aluno com deficiência e procurar torná-lo igual aos seus colegas. Hoje ela sabe que incluir significa exatamente o contrário: o aluno é diferente e todos os seus colegas também o são. Ou seja, todos os alunos são diferentes! A professora ficou receosa devido ao desconhecimento do tema e aos preconceitos adquiridos em formações acadêmicas que ainda não previam o respeito à diversidade. Ela teve que, além de rever o modo como ensina, rever seus conceitos e adaptar-se internamente para incluir. Preparar-se para receber esse aluno é preparar-se para crescer.  
A professora ficou ansiosa, um sentimento natural quando o ano começa com uma nova classe de alunos, e também natural quando se conhece uma criança que inicialmente parece fugir dos padrões. Essa ansiedade oscilou em alguns momentos, ora foi negativa ora positiva. A ansiedade negativa por momentos a congelou, a impediu de tomar atitudes. . A ansiedade positiva a levou à busca de informações, instigou a sua curiosidade e exercitou sua criatividade Mas, esta ansiedade se atenuou à medida que ela percebeu que não precisava saber tudo, dar conta de tudo, resolver tudo. Ela viu os pais e terapeutas como aliados, e passou a acreditar em suas próprias capacidades, bem como nas capacidades da Mariana.
Reconhecer seus sentimentos em relação à inclusão e procurar orientação, ajuda e informações, conhecer outras experiências conversando com outros professores, com a família e os profissionais envolvidos com a criança é uma das formas de realizar um bom trabalho e superar o receio inicial.
A todo o momento a professora buscava informações atualizadas sobre a Síndrome e já tinha segurança nas suas ações.
E a professora acreditou. Ela acreditou na Mariana e acreditou em si mesma.

É esse o sentimento poderoso na inclusão: acreditar. Acreditar que, como professor, pode dar o máximo de si para ensinar, e que seu aluno, com ou sem deficiência, estará dando o seu máximo também.

Referência Bibliográfica

Adaptação do texto: Recebendo uma criança com SD em sua escola produzido por: Josiane Mayr Bibas, Maria Izabel Valente, disponível em http://www.reviverdown.org.br/pagina_aprendiz_Recebendo.htm

TERCEIRO MOMENTO

O QUE SIGNIFICA RECEBER A MARIANA NA ESCOLA?




O DESAFIO DE ENSINAR

Ensinar é sempre um desafio. Mesmo o professor que se amedronta inicialmente diante do aluno com SD, que em um primeiro momento pensa em fugir da situação é capaz de aprender desde que ele exerça seu papel de educador em sua plenitude.
O que significa receber a Mariana na escola? E o que significa, afinal, receber um aluno com SD em sua sala? Significa, antes de tudo, outro aluno, mais um aluno. A Síndrome de Down se caracteriza por alguns sinais físicos que fazem com que pessoas com a Síndrome sejam parecidas entre si, o que pode levar a posteriores generalizações. Porém, crianças com SD são muitos diferentes entre si, com variados níveis de funcionamento cognitivo, lingüístico, emocional e social. Portanto seu aluno com SD vai se beneficiar com uma avaliação acurada e detalhada para que se possa estabelecer o que ele já sabe, suas competências e suas necessidades (bom mesmo seria se essa avaliação pudesse ser feita com todos os alunos!).

Neste momento, passa pela mente do professor o seu dia cheio de atividades, 20 crianças solicitando sua atenção, atividades a preparar e tarefas a corrigir, e um pensamento inevitável: "Como vou arranjar tempo para fazer uma avaliação detalhada??"  Passou o mesmo na cabeça da professora da Mariana.

Ela é perfeitamente possível, se abranger um parecer dos pais do aluno, laudos de desenvolvimento dos terapeutas que eventualmente o acompanham, dos professores e/ou escola do ano anterior, além de uma observação inicial feita pela própria professora, buscando traçar preferencialmente o conhecimento que o aluno já traz, suas habilidades e talentos, e os canais mais eficientes para se alcançar sua aprendizagem. Uma avaliação que pretenda o levantamento de competências que mostram caminhos, e não apenas das dificuldades que parecem representar grandes obstáculos.
Tendo em mãos estas informações vindas de diferentes fontes, estabelecendo uma rede de apoio com pessoas de dentro e de fora da escola, será possível delinear os caminhos a seguir (abordagem), as metas a atingir (conteúdos) e as ferramentas a utilizar (estratégias), da mesma forma que se pré-estabelecem para todos os alunos.
Mas o grande truque da inclusão é não se fixar no pré-estabelecido. É claro que ensinar a uma turma sem uma direção pretendida seria submergir no caos da liberalidade exagerada, mas incluir (ou melhor, ensinar a todos) significa estar aberto a mudanças, a revisões de percurso, à busca de novos recursos, à criação ou resgate de novas estratégias e materiais, a admitir que preconceitos e rotas pré-determinadas podem sub ou superestimar rendimentos e funcionamentos.
Deixar que as coisas aconteçam no seu tempo, sem descuidar ou adotar atitude passiva, permite que a criança se sinta segura e confiante e dessa forma possa se mostrar. É importante explorar a fase inicial do ano letivo, estabelecendo uma relação positiva e saudável que auxiliará no enfrentamento de novas situações, sejam elas de conquista ou de dificuldades encontradas. Uma relação baseada em sentimentos firmes de confiança e credibilidade permite a experimentação, o acerto e erro e promove aprendizagem.
Saber desta criança, conhecer sobre a síndrome, sobre o histórico escolar e de vida é sem dúvida importante, mas acreditar, sem deixar de ser realista, nas possibilidades da inclusão é o que vai permitir que essa seja uma história bem sucedida. O que faz muita diferença é a autorização que o professor se dá de ensinar a esse aluno, de acreditar nele sem medo de se frustrar como mestre, de permitir que se expresse e aja de acordo com o que consegue e pode, evoluindo sempre. A espontaneidade nas atitudes, no jeito de lidar e responder a esta criança de forma positiva serve como combustível para despertar o desejo e a curiosidade de aprender. Escutar a criança, dar espaço para que se expresse e aprenda, vivencie e pratique é caminho de sucesso no processo ensino-aprendizagem.
Desde o princípio, uma meta precisa estar focada: a autonomia. É nessa direção que se quer caminhar, chegando a ela com bagagem máxima ou com os mínimos instrumentos necessários. Como para todos os alunos, o professor deve ter em mente não apenas transmitir conteúdos formais, mas sim conteúdos de vida, pré-requisitos para uma autonomia real. Estimular a criança a pensar, perceber e analisar o que está acontecendo a sua volta, levantar possibilidades de resolução de problemas e de escolhas, buscar novas alternativas. A criança que se desenvolve dessa maneira apresentará maior facilidade na assimilação de novos conteúdos e manifestação daquilo que sabe.
E o seu aluno vai precisar de adaptações curriculares? Vão ser necessárias adequações de estratégias? Ele vai acompanhar seus colegas? Não há como saber antes de começar a ensinar e a observar sua aprendizagem. O importante é não iniciar com baixa expectativa, esquartejando conteúdos, supondo um limite de aprendizagem que apenas o tempo e o cotidiano saberão definir. Deixe que seu aluno o surpreenda!
Lembram da conversa de como seria bom se todos os alunos fossem iguais?
Já vimos que não seria tão bom assim, afinal. Bom mesmo seria se pudéssemos saber como cada aluno aprende melhor, e nos adaptássemos a estas informações, respeitando seus tempos e estilos de aprendizagem. Bom mesmo seria se o aluno que aprendesse melhor através de estímulos visuais, tivesse este canal priorizado; que aquele que tem tempo de concentração curto tivesse acesso a variadas atividades abordando um mesmo conteúdo; se o que tem dificuldades de memória fosse estimulado através de lembretes e bilhetes. Isto tudo não só seria bom, como é perfeitamente possível. Basta conhecer seu aluno e acreditar que ele pode aprender, reconhecendo e reforçando o que já demonstrou dominar e, partindo desse sucesso, apresentar novas etapas e novos conhecimentos a serem adquiridos. Basta também estar consciente que a inclusão admite dúvidas, uma vez que é processo em desenvolvimento, desde que acompanhadas de humildade para ir em busca de respostas.
Não existe nada mais simples e verdadeiro do que dizer que a melhor maneira de receber o aluno com SD é recebê-lo de braços e coração abertos, permitir-se olhar aquela criança ou jovem além da síndrome e das eventuais dificuldades que possa trazer. Acreditar nas possibilidades. Se a escola focar suas expectativas e estratégias apenas nas dificuldades do aluno com SD, logo se verá frustrada e desmotivada, pois a defasagem pode acontecer efetivamente. Mas se o foco estiver em suas habilidades e em uma visão competencial da aprendizagem, maior será o resultado alcançado pelo professor, pelo aluno que parecia tão diferente e por seus colegas que certamente também terão seu ensino positivamente contaminado por este modo inclusivo de ver o jeito de aprender de cada um.

Referência Bibliográfica
Adaptação do texto: Recebendo uma criança com SD em sua escola produzido por: Josiane Mayr Bibas, Maria Izabel Valente, disponível em http://www.reviverdown.org.br/pagina_aprendiz_Recebendo.htm


QUARTO MOMENTO

A escola da Mariana
 

A Escola Plural
 
Uma das noções mais difundidas na realidade brasileira é a de que a rede pública não está capacitada para receber crianças com necessidades educacionais especiais, seja por deficiência física, sensorial ou mental. Por isto, a educação especial tem-se mostrado como uma espécie de limbo, para onde são encaminhados os educandos considerados ineptos ou incapazes de aprender, espelhando as mazelas do sistema educacional. Ora, tais educandos mostram-se ineptos do ponto de vista de que e de quem? Parecem incapazes de aprender o quê? Por quê? para quê? Estas e outras questões suscitam uma reflexão sobre a ação pedagógica, a problemática da função social da escola e os mecanismos de inclusão/exclusão social.
A deficiência tem sido concebida como condição incapacitante e impeditiva, inspirando atos de caridade, proteção e filantropia. O enfoque assistencial e o terapêutico, predominantes nas tentativas de escolarização de crianças com necessidades educacionais especiais, têm evoluído da negação ao reconhecimento do direito sob condições, ou seja: tais alunos devem aprender em ambientes os menos restritivos possíveis, mediante adaptações física, funcional e curricular. Nesta perspectiva, a contemporaneidade produz o confronto entre dois eixos paradigmáticos e emergentes: o da integração e o da inclusão escolares. No primeiro caso, o aluno é o foco central, tendo como referência sua capacidade ou não de adaptar-se à escola. Para isto, devem ser viabilizadas modalidades educacionais como suporte pedagógico, indispensáveis às exigências do desempenho escolar esperado. O aluno deve freqüentar a escola regular, se houver um aparato de condições disponíveis, como recursos materiais e humanos, atendimentos terapêutico e reabilitatório. Em decorrência, poucos conseguem permanecer na escola, interrompendo o percurso escolar ou fortalecendo um vínculo de dependência com a Instituição especializada.
Práticas seletivas e excludentes contribuem para ampliar a casuística de insucesso nas escolas, servindo como justificativa da resistência por parte de pais e educadores à idéia da inclusão escolar. Não raro, são evocados exemplos de situações traumáticas e mal sucedidas em relação às tentativas frustradas de integração, que acabam por deixar o aluno relegado à própria sorte no ambiente escolar. Os pais costumam exprimir, em depoimentos impregnados de exaltação e angústia, a intenção de evitar que seus filhos sejam tratados como "cobaias" de pretensas tentativas de integração nas escolas regulares. Ao mesmo tempo, experiências bem sucedidas costumam ser ignoradas ou atribuídas ao esforço pessoal, à persistência do aluno e/ou da família, aliados à boa vontade, à dedicação e ao dinamismo da professora. Dificilmente, são apontadas como responsabilidade do coletivo da escola.
O paradigma da inclusão escolar desloca a centralidade do processo para a escola, tendo por prinçípio o direito incondicional à escolarização de todos os alunos nos mesmos espaços educativos. Produz uma inversão de perspectiva no sentido de transformar a escola para receber todos os educandos com suas diferenças e características individuais. A concretização desta possibilidade não dispensa o adequado aparelhamento da escola e a capacitação docente. Reconstruir uma escola exige a revisão de posturas e concepções, o reordenamento do trabalho pedagógico e o investimento vultoso em estruturas includentes.
O ideário da inclusão deve ser concebido como intervenção no real, isto é, não se deve admitir que o alunado permaneça do lado de fora, esperando a escola ficar pronta para recebê-lo. Trata-se de mantê-la completamente aberta para aprender com a diversidade e a partir dela. Para isto, será necessário quebrar resistências, remover barreiras físicas e atitudinais, enfrentando conflitos e contradições, revendo estratégias de aprendizagem, com ênfase na construção coletiva.
Os eixos da Escola Plural traduzem princípios fundamentais de uma educação inclusiva. Visam assegurar o acesso e o percurso escolares bem sucedidos a todos os educandos em uma escola qualitativamente capaz de responder aos desafios da heterogeneidade. Para isto, a noção de educação, como direito, deve ser concebida e interpretada em sua plenitude, como legado inegociável na construção da cidadania. Uma escola plural e inclusiva exige um movimento de renovação pedagógica, promovendo a ruptura com velhos paradigmas e práticas maniqueístas, tornando-se necessário desfazer crenças e construtos internalizados dogmaticamente.
A Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte vem enfrentando o desafio da inclusão escolar, procurando reverter o percurso da exclusão, ao investir na transformação global da escola e no redimensionamento da organização do trabalho pedagógico. A Escola Plural vem sendo construída a partir de experiências inovadoras e da ação pedagógica comprometida com o direito à educação na perspectiva da diversidade. Trata-se, portanto, de fortalecer o princípio de uma educação inclusiva, tendo como referência o educando no centro do processo e a escola como espaço privilegiado de formação e construção de conhecimento. Neste sentido, a escola construirá competências e estratégias de aprendizagem, a partir das necessidades reais do alunado.
A presença de alunos com necessidades educacionais especiais na sala de aula é um fenômeno educativo que produz conhecimento e transformação. Experiências dispersas de inclusão escolar de educandos com paralisia cerebral, Síndrome de Down, deficiências visual e auditiva, microcefalia, entre outras, constituem-se como iniciativas exemplares da possibilidade de concretização e legitimação de uma escola inclusiva. O recorte de uma destas experiências contribui para ilustrar o dinamismo da Escola Plural.

Assumindo os desafios da inclusão escolar

A Secretaria Municipal de Educação vem expandindo gradativamente a oferta de educação infantil no âmbito da rede pública. Uma destas escolas começou a funcionar em dois turnos, com um total de 176 alunos de 4, 5 e 6 anos, agrupados em turmas de 25 alunos. A escola construiu seu projeto político- pedagógico em consonância com o programa da Escola Plural, assegurando a proporcionalidade de 3 professoras para cada duas turmas, 4 horas de projeto para cada docente e 2 horas semanais para reunião com o coletivo do turno. A coordenação pedagógica é constituída pela direção da escola, uma professora eleita e a orientadora educacional. Quando se trata de escolas de ensino fundamental, organizadas por ciclos de formação, essa composição é variável, dependendo do número de turmas em cada ciclo.

Referências Bibliográficas

Necessidades educacionais especiais na escola plural, por Elizabet Dias de Sá. Disponível em http://www.lerparaver.com/node/154. Submetido em Domingo, 25/12/2005 - 10:45 por Lerparaver





domingo, 29 de novembro de 2009

Ser diferente é normal

SÍNDROME DE DOWN

A PRINCIPAL ARTE DA SUPERAÇÃO



Já faz algum tempo que o mundo vê os portadores de necessidades especiais com outros olhos. Seja no espaço familiar, no trabalho, nas escolas ou nas próprias esferas de convívio social, as ferramentas de inclusão deles têm obtido espaço – afinal de contas, toda oportunidade de igualá-los e mostrar seu potencial é válida. Porém, há uma esfera que ainda dá seus primeiros passos para recebê-los; esfera que já foi restrita a poucos, mas hoje quer como nunca estar de braços abertos. E não é para pouco: nas artes, a convivência com a diversidade é regra geral. E, em se tratando deste universo, não há limitação – física ou mental – capaz de deter a criatividade e destreza de um criador. Provam isso grandes e eternos nomes universais, como o insuperável músico Ray Charles, imortalizado no cinema por Jamie Foxx.
A velha assertiva de que a arte não possui barreiras não virou clichê por acaso. Companhias de dança para cadeirantes e paraplégicos, apresentações musicais de deficientes visuais e até mesmo exposições pictóricas que podem ser apreciadas pelos que perderam a visão: tudo isso já pode ser encontrado ao redor do globo. Aqui no Pará, as coisas ainda caminham de forma lenta, mas os primeiros esforços já começaram a aparecer – alguns abraçados não pelo Estado, e sim por pessoas comuns que vêm na arte uma forma de superação das limitações.
Um exemplo de artista especial cujo talento moveu montanhas é o escritor Romeu Ferreira dos Santos Neto. Portador de Síndrome de Down, o jovem de 24 anos já tem no currículo dois livros de poesia lançados, além de um CD com letras de sua autoria musicadas pelo cantor e compositor Mário Cantuária. A história de vida dele, afirma sua mãe, a professora aposentada Sandra Suely Santos, sempre esteve atrelada de alguma forma ao universo da literatura.
'Desde que soubemos que ele era portador da Síndrome de Down, começamos a pensar em como ajudá-lo a desenvolver suas capacidades cognitivas. O mais bonito de tudo é que ele mostrou desde pequeno uma atração pela literatura. Ele lia tudo o que via pela frente, vivia dizendo frases belas, e eu fui anotando todas sempre que ele pensava nelas. Dizia sempre a ele: ‘meu filho, quem lê tem o mundo em suas mãos’. Quando ele criou o hábito de escrever, tive certeza de seu talento', relata a mãe, orgulhosa.

DEDICAÇÃO
Dos primeiros versos a seu primeiro livro, 'Água de algodão', lançado em 2001, Romeu percorreu um caminho de dedicação e esforços. Até aprender a escrever, dona Sandra transcrevia seus poemas, mas logo o poeta afinou a escrita e criou intimidade com as máquinas de datilografar. Anos depois, ele aprendeu a lidar com o computador e desde então transcreve não só poemas, mas contos, crônicas e outros gêneros literários sempre que a inspiração bate.
Além disso, Romeu desenvolveu o talento pelas artes plásticas, criando belas paisagens em óleo sobre tela que podem ser vistas em seu site (http://www.romeuneto.com.br). 'Acredito que ele esteja sempre aprendendo novas linguagens. Isso só pôde acontecer porque desde cedo quisemos que ele conseguisse superar seus próprios obstáculos e nunca o deixamos perder a empolgação', conta Sandra.
Desde 2006, Romeu colhe os frutos de seu segundo livro, 'Ventos mergulhantes', editado pela Paka-Tatu e considerado por seus admiradores um marco de superação. O livro contém cerca de 80 poesias, e chamou a atenção de gente de fora do Estado – a prova é que revistas como a 'Sentidos', editada em São Paulo e voltada à inclusão de portadores de necessidades especiais, publicaram reportagens sobre seu trabalho. Romeu também marcou presença em todas as Feiras Pan-Amazônicas do livro realizadas em Belém, seja com sessões de autógrafos ou bate-papos com o público e com a imprensa.
Consciente do valor que a arte teve e tem em sua vida, Romeu afirmou à reportagem que a arte foi seu principal mecanismo de expressão. 'A escrita é um instrumento que uso para me comunicar e expressar minhas idéias. Não perco o estímulo para continuar produzindo nunca', comentou o jovem poeta, que tem entre seus autores Machado de Assis, Shakespeare e o marajoara Dalcídio Jurandir. Com muito bom humor, ele garantiu que anda escrevendo mais do que nunca e já adiantou que tem livro novo vindo por aí. 'Estou preparando o meu primeiro romance, deve sair ou em dezembro ou no ano que vem. Está numa fase inicial, ainda', assinalou.

Exemplo de talento local vence fronteiras
Mas não é apenas no espaço familiar que o talento pode ser valorizado desde cedo. Às vezes, há grupos que se doam exclusivamente a oferecer oportunidade para que os artistas portadores de algum tipo de limitação vejam a arte como ofício – é o caso da Companhia de Dança Roda Pará, a mais tradicional do Estado dedicada a bailarinos deficientes físicos, coordenada pela educadora física, professora e pesquisadora Marilene Melo, de 61 anos.
Com mais de oito anos de atividade e um trabalho voltado à dança contemporânea, o grupo surgiu a partir de oficinas e seminários de inclusão organizados pelo Instituto de Artes do Pará (IAP), entidade apoiadora do projeto, e desde então vem trazendo bons resultados para o Estado – a prova disso é que ele foi o primeiro do Pará a fazer parte da 'Arte sem barreiras', política internacional inserida no Brasil pela Fundação Nacional de Arte (Funarte) que visa à inclusão de portadores de necessidades no mundo das artes.
Atualmente, fazem parte do Roda Pará quatro bailarinos fixos, sendo dois deles portadores de necessidades especiais (um cadeirante e outra que possui limitações psíquicas e de locomoção). Segundo Marilene Melo, lidar com este perfil de artistas é uma espécie de lição de vida. 'É incrível a gente ver como o trabalho é desafiador, mas flui bem quanto há talento de sobra. A linguagem da dança depende mais do esforço e paixão do bailarino que de seu corpo, nós aprendemos aos poucos a lidar com as limitações', orgulha-se.
A rotina de ensaios da companhia de dança é composta de várias etapas. Primeiro, Marilene desenvolve uma pesquisa individual, para depois ensaiá-la junto aos bailarinos. Em seguida, cada um se propõe a realizar exercícios individuais e praticar as coreografias, de forma a afiná-las para performances ao vivo. O resultado foram participações aclamadas em eventos como o Encontro Internacional de Dança do Pará (Eidap), onde ganharam os prêmios da categoria de portadores de necessidades durante dois anos consecutivos, além da aprovação em editais e prêmios vinculados à Secretaria de Cultura do Estado (Secult). A nível nacional, Marilene já teve projetos de pesquisa ligados à atividade no Roda Pará aprovados em prêmios como o Além dos Limites, da Funarte, e nos editais do Instituto Itaú Cultural. Em novembro passado, o grupo ainda viajou a Sergipe, no Nordeste, para participar da Mostra Albertina Brasil, também do programa 'Arte sem barreiras'. Marilene afirma: a repercussão nacional não poderia ser melhor. 

Conheça mais o artista Romeu Neto. O seu site é
http://www.romeuneto.com.br/conteudo/25/romeuedestaquenojornal.php

O texto foi extraído do site : 
http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=248&codigo=396156

SÍNDROME DE DOWN

SONHAMOS, LOGO EXISTIMOS!




A HORA E A VEZ DA FAMÍLIA EM UMA SOCIEDADE INCLUSIVA

FILHOS COM DEFICIÊNCIA: ESCOLA? REABILITAÇÃO? TRABALHO? ESPORTE? LAZER?


PAIS E FAMILIARES, É HORA DE CONVERSAR SOBRE ISSO!
Esta cartilha foi escrita para orientar os pais nas questões relativas às necessidades especiais de seu filho com deficiência, assumindo uma atitude ativa na direção da própria vida e da vida de seus filhos, participando das escolhas e decisões, especialmente quanto ao processo educacional.
O conteúdo dessa cartilha, busca, contribuir para a construção da cidadania das crianças com deficiência e de suas famílias. Você que é pai ou mãe de uma criança com deficiência já deve ter ouvido falar em educação inclusiva, inclusão social ou sociedade inclusiva. O que isso vem a ser, exatamente, e o que tem a ver com seu papel de pai ou mãe?
Quer saber mais?
Acesse o site para obter a sua cartilha.



 
 
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sábado, 28 de novembro de 2009

SÍNDROME DE DOWN

SÍNDROME DE DOWN

SÍNDROME DE DOWN COM BASTANTE CAPACIDADE DE INTERAÇÃO.
DISCIPLINA:INCLUSÃO E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
ATIVIDADE:SEMINÁRIO VIRTUAL
TURMA: RJ07CA.
MEDIADORA:NIVIA PEREIRA MASERI DE MORAES
GRUPO E
Alessandra S. Vasconcelos de Oliveira
Ana Cristina Barros de Oliveira
Bernadete Maria Correa Duarte
Cleidiane Carmo de Freitas
Ludovina Morais de Oliveira Silva
Mônica Maria B. Xavier Santos


A síndrome de Down é decorrente de uma alteração genética ocorrida durante ou imediatamente após a concepção. É uma das anomalias genéticas mais conhecidas porque independe da raça, cor ou classe social para se manifestar. Essa alteração genética se caracteriza pela presença a mais do autossomo 21, ou seja, ao invés do indivíduo apresentar dois cromossomos 21, possui três. A esta alteração denominamos trissomia simples.
No entanto podemos encontrar outras alterações genéticas, que causam síndrome de Down. Estas são decorrentes de translocação, pela qual o autossomo 21, a mais, está fundido a outro autossomo. O erro genético também pode ocorrer pela proporção variável de células trissômicas presente ao lado de células citogeneticamente normais. Estes dois tipos de alterações genéticas são menos freqüentes que a trissomia simples. Estas alterações genéticas alteraram todo o desenvolvimento e maturação do organismo e inclusive alteraram a cognição do indivíduo, além de conferirem lhe outras características relacionadas a síndromes.

Durante muito tempo essa Síndrome ficou conhecida como mongolismo porque as pessoas que apresentavam esse distúrbio tinham pregas no canto dos olhos, lembrando as pessoas de raça mongólica.
De forma geral algumas características do Down são: o portador desta síndrome é um individuo calmo, afetivo, bem humorado e com prejuízos intelectuais, porém podem apresentar grandes variações no que se refere ao comportamento destes pacientes. A personalidade varia de indivíduo para indivíduo e estes podem apresentar distúrbios do comportamento, desordens de conduta e ainda seu comportamento podem variar quanto ao potencial genético e características culturais, que serão determinantes no comportamento.
Embora as pessoas com síndrome de Down tenham características físicas específicas, geralmente elas têm mais semelhanças do que diferenças com a população em geral. As características físicas são importantes para o médico fazer o diagnóstico clínico; porém, a sua presença não tem nenhum outro significado. Nem sempre a criança com síndrome de Down apresenta todas as características; algumas podem ter somente umas poucas, enquanto outras podem mostrar a maioria dos sinais da síndrome.

Existe uma grande variação na capacidade mental e no progresso desenvolvimental das crianças com síndrome de Down. O desenvolvimento motor destas crianças também é mais lento. Enquanto as crianças sem síndrome costumam caminhar com 12 a 14 meses de idade, as crianças afetadas geralmente aprendem a andar com 15 a 36 meses. O desenvolvimento da linguagem também é bastante atrasado.
As crianças com síndrome de Down necessitam do mesmo tipo de cuidado clínico que qualquer outra criança. Contudo, há situações que exigem alguma atenção especial.

Hoje já existem exames que detectam a síndrome nas primeiras semanas de gestação e isso é importante para que se diagnostique e tome medidas para que se comece um tratamento como forma de oferecer uma melhor qualidade de vida.


O portador da síndrome de Down, como todo portador de necessidades especiais, precisa, primeiramente, se sentir como cidadão integrante da sociedade em que vive, sendo respeitado em suas limitações e alcances.

Com a aprovação da Lei de Diretrizes Educacionais - LDB (Lei 9394/96) foi estabelecido, entre outros princípios, o de "igualdade e condições para o acesso e permanência na escola". Adotou-se uma nova modalidade de educação para "educandos com necessidades especiais". A partir daí, esse tema relativo a Inclusão vem sendo discutido por vários meios. O que é muito significativo para portadores da Síndrome de Down, pois o que podemos entender é que seu grau de desenvolvimento e socialização pode ser bastante satisfatório quando os mesmos são vistos como indivíduos capazes de fazer parte de um mundo designado para habilidosos e competentes.

A Educação de crianças com Síndrome de Down apesar da sua complexidade, pela necessidade de introduzirem-se adaptações de ordem curricular, não invalidam a afirmação da grande possibilidade de evolução destas crianças. Com o devido acompanhamento poderão tornar-se cidadãos, onde consigam crescer e desenvolver suas potencialidades. O aprendizado destas crianças deve começar a partir do nascimento, continuar na infância e na adolescência, sujeito a adaptações curriculares e metodológicas próprias. Envolve não só educadores tecnicamente preparados, mas também os pais, profissionais da área de saúde e a sociedade. Um dos principais objetivos da educação das crianças com SD é o desenvolvimento de programas criativos e ações que resultem em melhor qualidade de vida destas crianças.

A entrada, da criança com síndrome de Down, na educação infantil regular é muito positiva, principalmente quando a inclusão é bem feita, pois a sua socialização começa a se dar de maneira muito fluida. Por exemplo, ela terá que brigar pelos brinquedos e tentar se expressar, nas mesmas condições das crianças consideradas "normais" e isto ajuda muito no seu desenvolvimento, principalmente no que diz respeito a cognição, a linguagem, as habilidades motoras e a socialização.

No entanto, quando o aluno com síndrome de Down, sai do segmento da educação infantil e entra no ensino fundamental, começam a surgir novas questões. Isto porque com o passar dos anos a deficiência intelectual fica mais evidente e, por mais estimulada que a criança tenha sido, ela irá enfrentar alguns obstáculos na fase do ensino formal, como, por exemplo, na alfabetização. ". Por outro lado, observamos que no ensino regular e inclusivo, a criança é que tem que se adequar a estrutura da escola para que sua integração ocorra com sucesso, quando na verdade, o sistema é que deveria mudar e ajustar-se às necessidades de todos os alunos favorecendo a integração e desenvolvimento de todos (Schwartzman, p253). A organização administrativa e disciplinar , o currículo, métodos, recursos e materiais deveriam ser determinantes para inclusão desses alunos com deficiência.

Neste momento, muitos pais ficam em dúvida entre a escola de ensino regular e a escola especial, sem contar que o nosso modelo de educação tem um padrão que não contribui muito para a inclusão. Se de um lado a criança portadora da síndrome de Down tem muito a ganhar em termos sócio-afetivos permanecendo no ensino regular, na maioria das vezes, estas escolas têm poucas alternativas para oferecer a estes alunos na apreensão dos conteúdos em sala de aula.
Em contraste, as escolas especiais que, cada vez são mais escassas, colocam a criança em um ambiente muito protegido e algumas vezes segregador, no entanto, foca-se mais no seu aprendizado formal, usando as ferramentas adequadas para a sua aprendizagem. Então, por que lado optar?
Assim, os pais para escolherem o tipo de escola que vão colocar os filhos terão que pensar nas habilidades e interesses da criança, tendo coerência com as crenças e modelos familiares. Mas, não é assim que agimos com qualquer filho independente de ser portadores de algum tipo de deficiência?
Temos também várias questões a considerar:

A criança com síndrome de Down deveria acompanhar a sua turma regular mesmo quando não apreende os conteúdos formais da mesma?

Existe um benefício do entrosamento dentro de um grupo da mesma idade que pese mais do que o aprendizado em si, ou a criança deveria ficar em uma mesma série até apreender bem estes conteúdos?

E, como fazer diante da discriminação em relação ao aluno portador de necessidades educativas especiais, seja por parte direção da própria escola ou por parte dos pais das outras crianças consideradas "normais?

Mesmo diante de tantas questões, que precisam de atenção especial, defendemos aqui um ambiente escolar inclusivo, pois só isso levará a uma sociedade inclusiva no futuro. A experiência de conviver com um amiguinho portador da síndrome de Down é riquíssima para qualquer criança ou adolescente. Assim, os "normais" aprendem, na prática, conceitos como diversidade, solidariedade, ética e respeito, e todos saem ganhando.

Mas, para que isso aconteça, destacamos aqui a ação do professor que, dentro desse contexto, passa a ser fundamental, pois é ele quem vai lidar diretamente com as diferenças e preconceitos por parte de pais e alunos com também com as expectativas e possíveis frustrações dos familiares portadores da síndrome. Ficou evidente a necessidade de uma formação mais diversificada para esse profissional, incluindo fundamentos médicos, psicológicos, pedagógicos e sociológicos.
Mas, para que essa ação seja efetiva, o professor precisa estar consciente da importância da sua função e de suas ações, porque é na relação entre o educando e o educador que se fundamenta e se concretiza o ato de ensinar.


Referências Bibliográficas:

Schwartznan, José Salomão. Síndrome de Down, São Paulo: Mackenzie: Memnon, 1990.

ABC da Saúde Informações Médicas Ltda. Disponível em http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?393

SCHWARTZMAN, José Salomão, Acesso em 15 de novembro de 2009. Disponível em http://pt.shvoong.com/social-sciences/education/1820994

educa%C3%A7%C3%A3o-sindrome/

RODRIGUES, Fernanda Travassos, Inserida: 11/9/2006, Acesso em 15/11/2009

http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=10878&cod_canal=33

SILVA, Roberta Nascimento. Rio de Janeiro, 2002, Acesso em 15 de novembro de 2009, disponível em http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/spdslx07.htm#parte1

EDUCAÇÃO PARA OS EXCLUÍDOS

A Avaliação do Estado do Rio de Janeiro - SAERJ, que é programada todo ano, no calendário escolar de todas as escolas da rede estadual do RJ, como uma forma de avaliar o desempenho dos alunos, para que sejam tomadas medidas de intervenção pedagógica, caso se faça necessário, este ano, inaugura cadernos de provas em Braile, além de recursos para diversos tipos de deficientes.
É o início de uma nova etapa, onde o nosso Estado está dando o passo inicial para incluir, em suas apurações, através de índices, a oportunidade dos excluídos estarem, também, participando desse tipo de Avaliação.

BEM -VINDO!

Se você deixa de ver a pessoa, vendo apenas a deficiência, quem é o cego?
Se você deixa de ouvir o grito do seu irmão para a justiça, quem é o surdo?
Se você não pode comunicar-se com sua irmã e a separa, quem é o mudo?
Se sua mente não permite que seu coração alcance seu vizinho, quem é o deficiente mental?
Se você não se levanta para defender os direitos de todos, quem é o aleijado?

(Autor desconhecido)